29 de setembro de 2011


Confesso que ando muito cansado, sabe? Mas um cansaço diferente… um cansaço de não querer mais reclamar, de não querer pedir, de não fazer nada, de deixar as coisas acontecerem. Confesso que às vezes me dão umas crises de choro que parecem não parar, um medo e ao mesmo tempo uma certeza de tudo que quero ser, que quero fazer. Confesso que você estava em todos esses meus planos, mas eu sinto que as coisas vão escorrendo entre meus dedos, se derramando, não me pertecendo. Estou realmente cansado. Cansado e cansado de ser mar agitado, de ser tempestade… quero ser mar calmo. Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: “Calma, eu estou com você e vou te proteger! Nós vamos ser fortes juntos, juntos, juntos.” Confesso que preciso de sorrisos, abraços, chocolates, bons filmes, paciência e coisas desse tipo. Confesso, confesso, confesso. Confesso que agora só espero você." 


(Caio Fernando Abreu)

Em alguns momentos, eu a decepcionarei, em outros você me frustrará, mas, se tivermos coragem para reconhecer nossos erros, habilidade para sonharmos juntos e capacidade para chorarmos e recomeçarmos tudo de novo tantas vezes quantas forem necessárias, então nosso amor será imortal.


Augusto Cury

Condição de entrega

Acaba de ser revelado o que uma mulher quer e que Freud nunca descobriu. Ela quer uma relação amorosa equilibrada onde haja romance, surpresa, renovação, confiança, proteção e, sobretudo, condições de entrega. É com essa frase objetiva e certeira que Ney Amaral abre seu livro Cartas a uma Mulher Carente, um texto suave que corria o risco de soar meio paternalista, como sugeria o título, mas não. É apenas suave.

Romance, surpresa etc, não chegam a ser novidade em termos de pré-requisitos para um amor ideal, supondo que amor ideal exista, mas "condição de entrega" me fez erguer o músculo que fica bem em cima da sobrancelha, aquele que faz com que a gente ganhe um ar intrigado, como se tivesse escutado pela primeira vez algo que merece mais atenção.

Mesmo havendo amor e desejo, muitas relações não se sustentam, e fica a pergunta atazanando dentro: por quê? O casal se gosta tanto, o que os impede de manter uma relação estável, divertida e sem tanta neura?

Condição de entrega: se não existir, a relação tampouco existirá pra valer. Será apenas um simulacro, uma tentativa, uma insistência.

Essa condição de entrega vai além da confiança. Você pode ter certeza de que ele é uma pessoa honesta, de que falou a verdade sobre aquele sábado em que não atendeu ao telefone, de que ele realmente chegará na hora que combinou. Mas isso não é tudo. Pra ser mais incômoda: isso não é nada.

A condição de entrega se dá quando não há competitividade, quando o casal não disputa a razão, quando as conversas não têm como fim celebrar a vitória de um sobre o outro. A condição de entrega se dá quando ambos jogam no mesmo time, apenas com estilos diferentes. Um pode ser mais rápido, outro mais lento, um mais aberto, outro mais fechado: posições opostas, mas vestem a mesma camisa.

A condição de entrega se dá quando se sabe que não haverá julgamento sumário. Diga o que disser, o outro não usará suas palavras contra você. Ele pode não concordar com suas ideias, mas jamais desconfiará da sua integridade, não debochará da sua conduta e não rirá do que não for engraçado.

É quando você não precisa fingir que não pensa o que, no fundo, pensa. Nem fingir que não sente o que, na verdade, sente.

Havendo condição de entrega, então, a relação durará para sempre? Sei lá. Pode acabar. Talvez vá. Mas acabará porque o desejo minguou, o amor virou amizade, os dois se distanciaram, algo por aí. Enquanto juntos, houve entrega. Nenhum dos dois sonegou uma parte de si.

Quando não há condição de entrega, pode-se arrastar, prolongar, tentar um amor pra sempre. Mas era você mesmo que estava nessa relação?

Condição de entrega é dar um triplo mortal intuindo que há uma rede lá embaixo, mesmo que todos saibamos que não existe rede pro amor. Mas a sensação da existência dela basta.





Martha Medeiros

28 de setembro de 2011

 Por incrível que pareça, fazer uma mulher feliz não é uma missão impossível. Não precisa ser rico, bonito, ter o carro do ano, saber compor ou falar. Precisa ser sincero, saber dar carinho e atenção. Precisa saber a hora de estar presente e a hora de deixá-la sozinha. Precisa entender que a mulher certa só aparece uma vez, e precisa saber reconhecer e valorizar quando ela chegar. Não é difícil. E você vai saber a hora certa. Quando ela der um ataque dizendo que você não faz nada por ela, ela só quer sair para jantar. Quando ela reclamar que vocês nunca fazem nada juntos, ela só quer ir ao cinema. Quando ela achar que você não gosta mais dela, ela quer um elogio. Quando ela surtar de ciúmes, está precisando de segurança no relacionamento. Mulher gosta das pequenas coisas. Mulher se entrega nos detalhes. Não precisa ser todo dia, mas é sempre bom lembrar porque você foi o escolhido. Foi quando ela menos esperou, que você a conquistou. E se você não cuidar do que tem, vai ser quando menos esperar, que você a vai perder. Mas se você não sente a menor vontade de agradá-la, se você não está nem um pouco a fim de ouvir o que ela tem a dizer, ou se simplesmente, você está cansado dela reclamando. Tá na hora de deixá-la livre. Está na hora de deixar de ser egoísta, e permitir que o próximo a faça feliz. E fará! Um homem a fará feliz. Um homem saberá a mulher especial e única que tem em casa. E esse homem a terá para sempre. Não porque ele faz tudo o que ela quer, mas sim porque ele é tudo o que ela precisa
Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar.
 Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

17 de setembro de 2011



Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou .. e continuo indo, assim, desse jeito. 

Caio F. Abreu